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domingo, 9 de dezembro de 2012

Café: mocinho ou vilão?


Diz a lenda que (em um passado remoto..) um pastor chamado Kaldi, observando que seus carneiros ficavam mais espertos ao comer as folhas e frutos do cafeeiro, experimentou os frutos e sentiu maior vivacidade. Um monge da região, informado sobre o fato, começou a utilizar uma infusão destes frutos para resistir ao sono enquanto orava.



Desde então, o café passou a ser difundido pelo mundo e seu consumo se torna cada vez mais frequente, em suas mais diversas formas: puro, com leite, mocha, cappuccino, pingado, cortado.. entre tantos outros.



Como acontece com a maioria dos alimentos, vira e mexe e ele passa de mocinho à vilão da saúde nos noticiários. E a dúvida permanece: afinal, o café faz bem ou mal?!
Vou listar os prós e contras encontrados na literatura, para esclarecimentos, mas sempre vale a máxima: “tudo em excesso acaba se tornando prejudicial”.


Pouca gente sabe, mas o café não contém apenas cafeína. Aliás, esta substância é a que está presente em menor quantidade (de 1 a 2,5% de seu total).
Contém também ácidos clorogênicos, que apresentam ação antioxidante, assim como as melanoidinas, que são os pigmentos marrons formados durante o processo de torrefação e que dão cor característica a bebida.


A atividade antioxidante das melanoidinas estão associadas à prevenção de algumas doenças, como Mal de Alzheimer e Mal de Parkinson.

Após a torra, os ácidos clorogênicos formam diversos compostos - 
os quinídeos, que possuem efeitos benéficos na microcirculação, além de atuarem como antidiabético e anti-alcoolismo.

 Os polifenóis existentes previnem câncer de cólon, bexiga e próstata
e também o Mal de Parkinson.


E, pra finalizar, a polêmica cafeína!

O café é a fonte mais rica dessa substância.
Sob condições experimentais, pode-se dizer que a cafeína, em doses moderadas (200 a 300 mg/dia, o equivalente a 2,5 xícaras de café), produz ótimo rendimento físico e intelectual, aumento da capacidade de concentração, mantém o indivíduo alerta, melhora as funções cognitivas 
(memória, linguagem, capacidade de aprendizado), 
e está relacionado à prevenção do Mal de Alzheimer .


Estudos demonstram que doses elevadas (acima de 600 mg/dia, ou seja, mais de 6 xícaras de café ao dia) podem causar sinais perceptíveis de confusão mental, ansiedade, nervosismo, tremores musculares e taquicardia.
Com relação ao sono, mesmo que não interfira no tempo, a cafeína
pode atrapalhar sua qualidade.
Também altera a motilidade do trato gastrointestinal, podendo causar refluxo gastroesofágico, e a frequência exagerada no seu consumo é, possivelmente, um fator de risco para alterações nos níveis de 
pressão arterial.


Importante ressaltar que a retirada súbita de cafeína, mesmo que em doses moderadas, pode levar a abstinência, causando depressão, náuseas, vômitos, cefaleia, e diminuição da concentração.



3 comentários:

  1. Estou adorando seus comentários sempre levando em consideração o que tem na literatura... coisa de quem tá na area acadêmica mesmo!

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  2. Obrigada Síntia!
    Tenho me esforçado bastante para cumprir o objetivo inicial, de passar informações sérias e com credibilidade.
    Fico feliz que esteja gostando!

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  3. Muito bem afinal um cafezinho vai bem a toda hora

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