Que a
nutrição adequada é fundamental para a saúde de modo geral e, consequentemente,
responsável por ossos e cartilagens sadios, não é novidade para ninguém.
Mas o grande
boom do momento é que, além do
cálcio, vitamina D, proteínas (sim, dietas hipoproteicas aumentam os níveis de paratormônio,
levando a desmineralização óssea), fósforo (porém, mais importante que a
quantidade de fósforo ingerida, é a relação cálcio/fósforo), vitamina C
(responsável pela síntese da hidroxiprolina e hidroxilisina do colágeno),
magnésio, manganês, ferro e zinco estarem diretamente relacionados com a formação/mineralização
óssea e reabsorção desta matriz, o colágeno parece exercer um papel essencial neste
processo.
Para mim, confesso, é novidade, já que em meus quase cinco anos de Nutrição, o colágeno e a gelatina sempre foram associadas, principalmente, a sua baixa qualidade nutricional, devido à deficiência da proteína em aminoácidos essenciais.
Por isso fiquei
tão curiosa quando recebi o pedido de uma leitora para falar sobre a
suplementação com colágeno e resolvi investigar.
Começamos
com duas grandes questões:
Como
conseguir este colágeno através da alimentação e
garantir estes benefícios?
Faz-se
necessária a suplementação com o hidrolisado de colágeno?
Antes de
responder é preciso entender a diferença entre o colágeno e o hidrolisado de
colágeno, que até para mim estava confuso, já que em cada lugar citam de uma
forma. Acho que agora está claro!
O colágeno é
a principal proteína dos ossos e as fibras de colágeno ainda são parcialmente
responsáveis por suas propriedades biomecânicas, além de dar suporte aos
músculos e à pele.
A gelatina é
a forma desnaturada do colágeno produzida industrialmente a partir de ossos e
pele de animais, principalmente.
Já o
hidrolisado de colágeno é o produto obtido, também industrialmente, a partir da
hidrólise da gelatina, por tratamento enzimático, e tem recebido atenção pelas
suas possíveis propriedades no tratamento de doenças osteoarticulares, como
osteoporose, osteoartrite e osteoartrose e sua inocuidade à saúde humana é
testemunhada pelo status concedido pela FDA americana de GRAS (produtos
reconhecidos como seguros).
Estes
hidrolisados apresentam maior biodisponibilidade e maiores efeitos
provavelmente estimuladores da regeneração das fibras de colágeno, em
comparação ao colágeno intacto ou a gelatina, mesmo apresentando a mesma
composição aminoacídica.
Estudos
mostram que eles têm absorção intestinal mais efetiva mesmo quando comparados
com a ingestão de aminoácidos livres!
Relatos
sobre os efeitos positivos do hidrolisado de colágeno em doenças como a
osteoartrose e osteoporose, levou a ser proposto como um possível agente
terapêutico no manejo e prevenção das doenças citadas acima. Porém, necessita-se
de mais estudos!
Segundo
dados da literatura, são capazes de reduzir o consumo de analgésicos em
pacientes com osteoartrose, provavelmente por ter efeito analgésico e também
porque o pool de aminoácidos
fornecido ao organismo por este produto melhora significativamente a matriz
estrutural das articulações e a resistência óssea, sendo este último estudo
apenas com ratas.
Em humanos, a
prova definitiva acerca da eficácia de qualquer tratamento para osteopenia ou
osteoporose é medida apenas pela sua capacidade de reduzir o risco de fraturas.
O efeito
benéfico do hidrolisado está relacionado ao aumento da síntese de colágeno
articular e da cartilagem, já que aumenta os níveis de hidroxiprolina
(lembrando que sua síntese está relacionada ao consumo de vitamina C), o
principal aminoácido constituinte do colágeno.
Enfim, vamos
às respostas!
Propõe-se a
suplementação da dieta com hidrolisado de colágeno no tratamento da osteoporose
e osteopenia, como uma possível terapia alternativa para pacientes com restrições
para as terapias medicamentosas clássicas, ou como coadjuvante alimentar para
os casos em que
não há restrição. Mas apenas
nestes casos.
O Professor Doutor Jaime Farfán, da Faculdade de Engenharia de
Alimentos da UNICAMP mesmo diz que “recomenda o consumo de gelatina para
qualquer pessoa, mas não recomenda o uso indiscriminado de hidrolisado de
colágeno, especialmente por pessoas que não apresentam
doenças ósseas ou
articulares”.
Mas de nada vale suplementar se você não tem uma nutrição
adequada, já que os componentes dietéticos contêm fatores relacionados ao
metabolismo ósseo que podem afetar ambos, a formação e a reabsorção. Portanto,
procure um Nutricionista para avaliar sua necessidade!
E caso precise suplementar, ensaios clínicos demonstraram a
segurança do uso deste produto por períodos de 6 meses, em concentrações de 10
g/dia, que pode ser facilmente adquirida, já que a ocorrência de efeitos
adversos é praticamente nula.
E não vá
abusar, porque você vai ganhar uma maior densidade mineral óssea, mas de brinde
uma hipertrofia renal (é o que mostrou um estudo com animais, que ingeriram 10
vezes mais que a dose considerada segura).
Eu aposto
que você não vai querer...
É preciso ter cuidado com certas gelatinas porque a gelatina com os sabores vem com excesso de açúcar e que por sinal faz engordar por isso aconselho a gelatina pura sem sabor. Desde de Janeiro de 2012 que tomo 10 gramas no pequeno almoço, gelatine pulver da abtei que compro nas lojas do celeiro. Essa gelatina está isenta de açúcar. Também isenta de açúcar são as folhas de gelatina.
ResponderExcluirMuito válido seu comentário, Fernando.
ResponderExcluirIa comentar sobre a quantidade de açúcar e também de aditivos químicos que já tinha falado em um post anterior, mas acabei esquecendo.
Obrigada pela participação e esteja a vontade para comentar sempre que quiser!
:)
Não entendi a foto dos alimentos na publicação...
ResponderExcluirOlá!
ExcluirEstes são alguns dos alimentos que fornecem os nutrientes necessários para saúde dos ossos, como cálcio, proteína, fósforo, magnésio, entre outros.
O objetivo foi mostrar, como disse no texto, que ainda que você suplemente sua alimentação com o hidrolisado de colágeno, uma boa nutrição é fundamental.