Dietas pobres em fibras frequentemente têm sido associadas a doenças coronarianas, diabetes, diverticulite, câncer de cólon e uma série de outros distúrbios do trato intestinal.
Mas você sabe por que as fibras são tão importantes e quais são
suas funções no organismo?
Vou resumir o papel das fibras neste post e, para não ficar muito extenso, num próximo falarei sobre os principais tipos.
Fonte: A Nutricionista |
Quando as bactérias da microbiota intestinal as degradam, surtem
diversos efeitos benéficos, como produção de ácidos graxos de cadeia curta, que
podem ser utilizados como intermediários para produção de energia ou
influenciar no metabolismo de lipídeos e carboidratos; fermentação, com aumento
do número de células bacterianas e consequente aumento do peso fecal; redução
de ácidos biliares, especialmente o ácido litólico (carcinogênico), que está
relacionado a uma menor incidência de câncer de cólon; e abaixamento do pH, favorecendo
a absorção de certos minerais.
Outro mecanismo plausível para o efeito anticarcinogênico
das fibras é a redução do tempo de trânsito da massa alimentar através do cólon,
reduzindo, portanto, a possibilidade de que carcinógenos potenciais tenham
oportunidade de interagir com a superfície mucosa.
Fonte: Salínea |
Já a capacidade de hidratação das fibras resulta na
formação de gel, podendo aumentar a viscosidade do conteúdo gastrintestinal e,
como consequência, reduzir o esvaziamento gástrico.
Por outro lado, as fibras promovem aumento do volume fecal,
devido à presença de resíduos de fibras não degradadas, aumento do teor de água
nas fezes e da massa microbiana pela fermentação das fibras, além de redução do
tempo de trânsito intestinal. A forma física e o tipo da fibra são importantes
para esses efeitos. Por exemplo, o farelo de trigo grosso é mais eficaz do que
quando moído fino e fibras insolúveis são melhores (neste caso) que as solúveis.
Boas fontes destas fibras são as frutas, hortaliças e o farelo de trigo. A pectina
e as gomas não apresentam este ação
(falarei melhor sobre cada fibra no próximo
post!).
Fonte: Boa Forma |
As fibras também podem aumentar a saciedade, reduzir a
densidade calórica da dieta, aumentar o esforço da mastigação, alterar a
palatabilidade da dieta e reduzir a digestibilidade de carboidratos, lipídeos e
proteínas. Como consequência, haverá uma menor ingestão e/ou disponibilidade
energética da dieta, contribuindo para
redução do peso corporal.
Dietas com alto teor de fibras são recomendadas no controle
do diabetes, uma vez que estas são capazes de reduzir os níveis basais e
pós-absortivos de glicose no sangue. Acredita-se (embora o mecanismo de ação
não esteja completamente esclarecido) que o efeito principal das fibras, no intestino,
seja graças à redução do tempo de trânsito intestinal pelas fibras insolúveis,
ao retardamento do esvaziamento gástrico e à absorção dos açúcares pelas fibras
solúveis, que permite um melhor controle dos níveis plasmáticos. As fibras
também melhoram a sensibilidade à insulina, visto que os ácidos graxos de
cadeia curta, como o acetato, proveem uma fonte alternativa de energia para
substituir a glicose, sem requerer insulina.
Fonte: Luiza de Vestido |
As fibras ainda estão diretamente relacionadas com a
proteção contra doenças cardiovasculares e o mecanismo mais provável é pela redução
dos lipídeos plasmáticos, especialmente do nível de colesterol. Sabe-se que uma
pequena redução do nível plasmático de colesterol está associada com um
decréscimo significativo da probabilidade de ocorrência desta patologia. Vale
ressaltar que nem a celulose, nem a lignina, apresentam este efeito, enquanto a
pectina desempenha um papel fundamental
reduzindo a absorção de colesterol.
A fermentação aqui também é muito importante, pois produz os
ácidos graxos de cadeia curta, especialmente o propionato, que inibe a síntese
de colesterol hepático, reduzindo seus níveis sanguíneos.
Fonte: Saúde do Bem |
Mas e quando a ingestão de fibras não atende às suas
necessidades?! Além do inverso do que já foi falado, existem dois quadros que
são mais comuns do que se imagina: a diverticulite e as hemorroidas.
A baixa ingestão de fibras produz um material fecal muito
firme e duro dentro do intestino grosso, que tem uma dificuldade muito grande
em promover sua progressão. A pressão exercida por este material duro sobre o
intestino grosso leva a formação de pequenas bolsas em sua parede
(divertículos), que podem inflamar ou mesmo romper (diverticulite).
E as hemorroidas são consequências secundárias da
constipação. A dificuldade de defecação causa dilatação excessiva das veias da
região anal, o que pode levar a distensão da camada muscular, sangramento e
consequente desenvolvimento de varizes, o que caracteriza a patologia.
Então fique atento à sua ingestão
de fibras e água, porque sem água a fibra acaba provocando o efeito oposto!
Não perca no próximo capítulo
ahahahahha:
principais tipos de fibras e onde encontrar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário